quarta-feira, 13 de julho de 2011

"...Há tempo para todas as coisas..."



“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és...E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.”




Nas entrelinhas deste texto (Fernando Pessoa) leio situações de vidas fragmentadas e atualmente consigo entender e admitir o quanto difícil é encerrar ciclos, pois implica em profundo lamento de pessoas, desafetos, situações, circunstâncias muito importantes de nossas vidas que temos e devemos deixar no passado. E durante muito tempo me perguntei como fazer isso, pois assim como muitos comigo não é diferente, fechar ciclos implica em dor, desprendimento, renúncia, decisão e essas na maioria das vezes nos traz insegurança, sofrimento, incerteza, por nem sempre ser o que nosso coração pede, mas que se faz necessário. Quando afirmo que decidi fechar ciclos na minha vida a cada dia me convenço mais que essa atitude me tornará uma pessoa melhor, se tentei ser bem sucedida em algo, se tentei amparar alguém, se tentei ser útil e verdadeira (admito que mesmo sem sabedoria), se amei incondicionalmente e fui ultrajada só lamento, mas sei, foi tentando buscar um norte para minha vida e das pessoas que amo. Tudo que fiz na vida sempre foi de forma intensa. Fiz, faço e o farei e se pessoas que amei, respeitei, admirei e tentei proteger não entenderam isso, lamento, por nós. Sofrerei com isso? Tenho certeza, mas meu histórico de vida abre portas me permitindo embora implicando em sofrimento que ciclos sejam fechados, pois cada um de nós carece recomeçar ou continuar escrevendo nossas histórias. E para isso vezes se torna necessário deixar coisas, momentos, situações e amores no passado, assim será. Hoje não tenho mais tempo e não quero mais viver por reputação (tradução do que pensam de mim), pois o que pensam de mim não me cabe resolver, portanto deixo a resolução para aqueles que pensam, a mim cabe minha consciência e com essa sei que tenho uma relação plena. Hoje embora triste e decepcionada, compreendo a fragilidade humana entendendo que nem todos vieram a esse mundo para amar, se doar e compreender, portanto somos passíveis de enganos. O que não quero pra minha vida é deixar que esses enganos roubem de mim meus sonhos, projetos, esperança e minha fé em Deus. Durante anos convivi com um clichê inacabado que diz assim: “Algumas pessoas são insubstituíveis” (concordo), só que agora a vontade para colocar um ponto final no mesmo, “, mas enfim a vida continua”. Lá fora dia de Sol lindo, esperançoso e com a certeza que tempos melhores conseguiremos construir.
Inverno de 2011.

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